Fermento tem glúten? Descubra a verdade antes de usar em suas receitas

Quando pensamos em pão, bolo ou pizza, quase sempre lembramos do fermento. Mas, junto com essa lembrança, surge uma dúvida comum: será que o fermento tem glúten?

A questão não é trivial. Para quem tem doença celíaca, intolerância ou mesmo quem opta por uma alimentação sem glúten, a resposta pode significar segurança ou risco para a saúde. Afinal, o fermento está presente em muitas preparações do dia a dia e há bastante confusão em torno do tema.

Aqui, vamos esclarecer de forma objetiva se o fermento contém ou não glúten, diferenciando os tipos existentes e mostrando quais cuidados você deve ter para consumir com tranquilidade.

Afinal, fermento tem glúten?

Muitas pessoas ainda se perguntam se fermento tem glúten, especialmente ao associar o ingrediente ao preparo de pães e bolos feitos com trigo.

A resposta é direta: o fermento em si não contém glúten.

O glúten é uma proteína encontrada em grãos como trigo, centeio e cevada. O fermento, por sua vez, seja ele químico ou biológico, não é produzido a partir desses cereais.

O motivo da confusão está no fato de que o fermento é quase sempre utilizado em receitas que levam farinha de trigo. Por isso, muitas pessoas acabam associando fermento e glúten como se fossem a mesma coisa.

Veja também: Farinha de milho tem glúten? Descubra as principais características dela

Diferença entre os tipos de fermento e o glúten

Embora muita gente acredite que todo fermento seja igual, a verdade é que existem diferentes tipos, cada um com composição e uso culinário específicos.

Quando surge a dúvida sobre se fermento tem glúten, é importante lembrar que o glúten está presente nos cereais e não no fermento em si.

Entender essas diferenças é essencial para esclarecer se há ou não presença de glúten, já que a dúvida costuma surgir justamente pela associação do fermento a receitas feitas com trigo.

A seguir, veja como cada tipo de fermento funciona e qual a relação com o glúten.

Fermento químico

Conhecido como fermento em pó, usado em bolos e biscoitos, é composto principalmente por bicarbonato de sódio e ácidos que liberam gás carbônico quando em contato com líquidos e calor.

Por sua formulação, ele não contém glúten. Na maioria dos casos, pode ser usado sem problemas em receitas sem trigo, desde que combinado com farinhas alternativas, como arroz ou mandioca.

Fermento biológico

O fermento biológico, seja fresco ou seco, é formado por leveduras (geralmente Saccharomyces cerevisiae). É ele que faz o pão crescer ao transformar o açúcar em gás carbônico e álcool.

Assim como o químico, não possui glúten em sua composição. O que pode ocorrer, em alguns casos, é a presença de aviso no rótulo sobre risco de traços de glúten, por conta do processo de fabricação.

Fermento natural (levain)

O fermento natural é produzido a partir da fermentação espontânea de farinha e água, formando uma colônia de leveduras e bactérias.

Nesse caso, a presença de glúten vai depender da farinha utilizada. Se o levain for feito com farinha de trigo, centeio ou cevada, haverá glúten. Porém, é possível preparar um fermento natural sem glúten usando farinhas alternativas, como arroz integral ou grão-de-bico.

A confusão sobre se fermento tem glúten ocorre porque o ingrediente quase sempre aparece em receitas que utilizam farinhas com glúten.

Existe risco de contaminação?

Embora o fermento, na sua essência, não contenha glúten, o risco de contaminação cruzada deve ser considerado.

Algumas marcas produzem diferentes tipos de insumos em um mesmo ambiente industrial, o que pode levar à presença de traços de glúten em fermentos que, teoricamente, seriam livres dele.

Por isso, quem tem doença celíaca precisa ser criterioso na escolha. A leitura do rótulo é fundamental, assim como buscar selos de certificação “sem glúten”. Isso garante que não houve contato com farinhas que contenham a proteína.

Leitura Recomendada: Farinha de rosca tem glúten? Conheça sua composição original

Quem precisa se preocupar mais

A dúvida sobre o fermento ter ou não glúten tem diferentes níveis de impacto dependendo do perfil do consumidor:

  • Doença celíaca: Para quem tem diagnóstico confirmado, qualquer quantidade de glúten, mesmo mínima, pode causar danos sérios ao intestino e gerar sintomas desconfortáveis. Nesses casos, é indispensável verificar sempre a presença de selos de certificação.
  • Sensibilidade ao glúten não celíaca: Embora os efeitos não sejam tão severos quanto na doença celíaca, o consumo de glúten pode trazer sintomas como dor abdominal, gases ou fadiga. A atenção também deve ser redobrada.
  • Quem segue dieta sem glúten por opção: Para quem não tem restrição médica, mas deseja reduzir o consumo, a questão é menos crítica. Ainda assim, entender a composição dos alimentos ajuda a manter uma dieta mais organizada.

Para quem precisa seguir uma dieta restrita, entender se fermento tem glúten é essencial para manter a segurança alimentar.

Como usar fermento sem glúten no dia a dia

A boa notícia é que o fermento pode continuar fazendo parte das receitas, mesmo em uma dieta sem glúten. O segredo está na combinação com as farinhas adequadas.

Para bolos, tortas e pães sem glúten, é comum utilizar farinhas de arroz, polvilho, fécula de batata ou misturas industriais prontas, que já vêm balanceadas para substituir a farinha de trigo.

No caso do fermento natural, há diversos guias ensinando a preparar levains sem glúten, usando farinhas como a de arroz integral ou de sorgo. Esses fermentos podem ser usados em receitas artesanais e trazem resultados saborosos, com textura próxima ao pão tradicional.

Apesar da crença popular de que fermento tem glúten, na realidade a maioria dos tipos não contém essa proteína.

Leia também: Pão integral tem glúten? Entenda melhor sua composição

Por que ainda existe tanta dúvida sobre fermento e glúten

A confusão se mantém porque o fermento raramente aparece sozinho. Ele está sempre associado a pães, bolos e massas que, na maioria das vezes, levam trigo. Isso gera a ideia de que o fermento também teria glúten.

Além disso, rótulos de alguns produtos podem gerar insegurança, seja pelo aviso de risco de traços ou pela falta de informação clara. Isso reforça a necessidade de conteúdos confiáveis e acessíveis para orientar consumidores que precisam de segurança alimentar.

O fermento, em sua essência, não contém glúten. Tanto o fermento químico quanto o biológico são naturalmente livres dessa proteína. Já o fermento natural depende da farinha utilizada em sua preparação.

O ponto de atenção está na contaminação cruzada, que pode ocorrer durante a produção industrial. Por isso, quem tem doença celíaca deve sempre optar por produtos com certificação “sem glúten”.

Com informação correta e escolhas adequadas, é possível continuar utilizando fermento em receitas do dia a dia sem abrir mão da segurança e da saúde.

Leitura Recomendada: Farinha sem glúten: guia completo para substituir corretamente

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Kethlyn Bukner
Kethlyn Bukner

Graduanda de Biomedicina pela Unicesumar no Paraná, também possui quatro anos de experiência na área de Farmácia, através do curso técnico.

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