O que são nutracêuticos e por que você deveria prestar atenção nos riscos apontados por especialistas

Você sabe o que são nutracêuticos? Eles têm ganhado cada vez mais atenção como uma alternativa natural para o tratamento e prevenção de diversas doenças. Mas será que o uso desses suplementos é sempre seguro? A resposta pode não ser tão simples assim.

Um estudo reuniu informações de mais de 120 pesquisas científicas para investigar tanto os efeitos positivos quanto os negativos desses produtos.

Ao analisar substâncias como curcumina, resveratrol, piperina e quercetina, os pesquisadores descobriram que os nutracêuticos oferecem benefícios terapêuticos importantes.

Esses compostos têm mostrado eficácia no tratamento de várias condições de saúde, como doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e inflamações crônicas.

No entanto, seu uso indevido ou em doses inadequadas pode acarretar sérios efeitos colaterais.

Mesmo sendo naturais, os nutracêuticos apresentam riscos à saúde se consumidos de maneira inadequada.

Hoje, aqui no SaúdeLAB, vamos entender o que são nutracêuticos, seus benefícios e os alertas feitos pelo estudo.

O que são nutracêuticos?

Primeiramente, vamos entender o que são nutracêuticos.

O termo é uma junção das palavras “nutrição” e “farmacêutico”, e se refere a alimentos ou compostos derivados de alimentos que não apenas nutrem, mas também têm efeitos terapêuticos.

Isso inclui suplementos alimentares, medicamentos fitoterápicos e até probióticos.

De uma maneira geral, esses produtos são considerados mais naturais e, portanto, vistos como uma alternativa mais segura aos medicamentos tradicionais.

No entanto, os nutracêuticos precisam ser consumidos com cuidado, já que seu efeito no corpo pode variar bastante dependendo da dosagem, do tipo e até das condições de saúde do indivíduo.

O lado positivo dos nutracêuticos

Agora que entendemos melhor o que são os nutracêuticos, é importante mencionar que estudos indicam que eles podem trazer diversos benefícios à saúde

Alguns dos efeitos mais comuns incluem a redução da inflamação, o controle do estresse oxidativo (um dos principais causadores de doenças crônicas), e o apoio ao sistema cardiovascular e neurológico.

Por exemplo, a curcumina (um composto da cúrcuma) é amplamente conhecida por suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes.

Já o resveratrol, encontrado em uvas e vinhos, é famoso por ajudar na saúde do coração e até retardar o avanço de doenças como Alzheimer.

Esses benefícios têm atraído o interesse de médicos e pesquisadores, especialmente no tratamento de doenças crônicas como diabetes, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas.

Além disso, como os nutracêuticos são derivados de alimentos naturais, eles costumam apresentar menos efeitos colaterais do que medicamentos sintéticos.

E os riscos do uso de nutracêuticos?

Apesar dos benefícios, o uso de nutracêuticos não é isento de riscos.

Um ponto crucial levantado pelo estudo recente é que esses compostos, quando consumidos em doses altas ou fora do contexto adequado, podem causar efeitos adversos.

Por exemplo, a curcumina, em doses muito elevadas, pode interferir com medicamentos para doenças cardiovasculares, enquanto o resveratrol, embora benéfico em pequenas quantidades, pode causar danos aos rins e à tireoide em doses altas.

Além disso, um risco importante relacionado aos nutracêuticos é a interação com outros medicamentos.

A piperina, presente na pimenta-do-reino, pode aumentar a absorção de outros nutrientes e medicamentos, o que pode ser vantajoso em alguns casos, mas também pode causar toxicidade em terapias medicamentosas, como o uso de anticoagulantes.

O grande problema está na falta de regulamentação universal que garanta a pureza e a dosagem adequada desses produtos.

Muitas vezes, o consumidor acaba tomando nutracêuticos sem uma orientação médica precisa, o que pode aumentar as chances de efeitos adversos.

Resultados do estudo: o que os cientistas descobriram?

A revisão realizada pelos pesquisadores teve como foco quatro substâncias amplamente utilizadas: curcumina, resveratrol, piperina e quercetina.

Eles examinaram diversos estudos realizados entre 2015 e 2024 e descobriram que, apesar dos nutracêuticos possuírem efeitos positivos bem documentados, cada um desses compostos possui um perfil de risco específico quando usado de maneira inadequada.

Curcumina:

Embora seja amplamente usada para reduzir a inflamação e controlar doenças como a artrite e a diabetes, a curcumina pode causar efeitos adversos nos níveis hormonais, especialmente em idosos, e interagir com medicamentos para doenças cardiovasculares.

Por isso, é importante tomar cuidado com a dosagem, especialmente em idosos.

Resveratrol:

Este composto, conhecido por seus efeitos antioxidantes e cardiovasculares, pode melhorar a função cognitiva e retardar a progressão de doenças como Alzheimer.

Porém, em doses elevadas, pode ser tóxico, afetando os rins e a tireoide.

Piperina:

A piperina tem a capacidade de aumentar a biodisponibilidade de outros compostos, como a curcumina e o resveratrol.

No entanto, seu uso excessivo pode levar a toxicidade reprodutiva e danos ao desempenho cognitivo em doses altas.

Além disso, ela pode interagir negativamente com medicamentos, como os anticoagulantes.

Quercetina:

Encontrada em alimentos como maçãs e cebolas, a quercetina é um potente antioxidante.

Porém, seu uso em altas doses pode ser prejudicial ao organismo, especialmente em relação à função hepática e renal, além de ter potencial para interagir com medicamentos como ciclosporina.

Como usar os nutracêuticos de forma segura?

Para garantir que você aproveite os benefícios dos nutracêuticos sem sofrer com os efeitos colaterais, é importante seguir algumas recomendações:

  • Consulte um médico: Antes de começar a usar qualquer suplemento, principalmente em doses altas ou em combinação com outros medicamentos, é fundamental consultar um profissional de saúde.
  • Prefira produtos de qualidade: Busque sempre produtos que tenham certificação de qualidade e procedência. Isso pode minimizar os riscos de contaminação ou dosagem inadequada.
  • Evite o uso indiscriminado: Não use nutracêuticos de forma indiscriminada, especialmente sem acompanhamento médico, e sempre leve em consideração as interações com outros medicamentos ou condições de saúde preexistentes.
  • Cuidado com a dose: O efeito terapêutico dos nutracêuticos depende muito da dose. O uso excessivo pode ser tão prejudicial quanto o uso insuficiente, por isso é importante seguir as recomendações de dosagem.

Tecnologias emergentes para melhorar a segurança dos nutracêuticos

Agora que você já compreende bem o que são nutracêuticos, seus possíveis benefícios e riscos, vale destacar que tecnologias emergentes estão sendo desenvolvidas para melhorar a segurança e a eficácia desses produtos.

Uma das inovações discutidas no estudo foi a nanoencapsulação, uma técnica que pode otimizar a entrega dos nutracêuticos ao organismo, direcionando-os especificamente para as células e tecidos-alvo, minimizando os riscos de efeitos adversos.

Além disso, ferramentas como a Nutrigenômica e o Nutraceutical Interaction Risk Score (NIRS) estão sendo desenvolvidas para personalizar tratamentos e prever possíveis interações e toxicidades.

Essas inovações podem garantir que os nutracêuticos atinjam todo o seu potencial terapêutico, sem comprometer a saúde do paciente.

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Elizandra Civalsci Costa
Elizandra Civalsci Costa

Farmacêutica (CRF MT n° 3490) pela Universidade Estadual de Londrina e Especialista em Farmácia Hospitalar e Oncologia pelo Hospital Erasto Gaertner. - Curitiba PR. Possui curso em Revisão de Conteúdo para Web pela Rock Content University e Fact Checker pela poynter.org. Contato (65) 99813-4203

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