Método inédito de reconstrução peniana promete devolver funções do órgão, inclusive sexual

Pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) apresentarão o estudo na próxima terça-feira (6), no Congresso Paulista de Urologia

Um método inédito de reconstrução peniana promete devolver funções do órgão, inclusive sexual, foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O estudo será apresentado na próxima terça-feira (6), no Congresso Paulista de Urologia, em São Paulo. O tratamento é recomendado para casos de micropênis, bem como amputação por câncer ou acidente e é testado em pacientes desde 2019.

Método inédito de reconstrução peniana

A primeira cirurgia para reconstrução de pênis com o método inédito no Brasil, foi realizada em agosto de 2019. O paciente, com então 18 anos, teve o órgão sexual arrancado por meio de uma mordida de cachorro aos oito meses de idade. O procedimento foi realizado pela equipe de urologia do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes).

Então o paciente teve a estrutura peniana totalmente reconstruída, ao passo que todas as suas funções, inclusive a capacidade sexual, foram restauradas. O jovem garante que a cirurgia devolveu sua autoestima. “Agora eu me sinto um homem normal. É difícil crescer sem perspectiva de reconstruir algo que você perdeu. Sinto-me bem. Estou muito satisfeito e confiante”, emociona-se o paciente.

O médico e professor de Urologia da UFBA e chefe da Unidade do Sistema Urinário do Hupes, Ubirajara Barroso, explica que o método teve ótima aceitação na comunidade científica. Além disso, os resultados puderam ser apresentados em congressos nacionais e internacionais. “Fizemos este procedimento inédito, que é a reconstrução do pênis com o tecido erétil embutido na região perineal. Como resultado, o paciente tem um novo pênis capaz de realizar penetração”, explica.

reconstrução peniana
O Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES) – Foto: Divulgação

Reconstrução peniana em casos de câncer de pênis

Agora, Barroso aplica o método em pacientes com câncer de pênis, além de testá-lo em homens trans ou que amputaram o membro ou nasceram com micropênis. “Esse procedimento abre espaço para reconstrução peniana em pacientes com tumores, amputações e problemas congênitos. E não só de forma estética, mas devolvendo todas as funções do órgão”, pontua o médico. Segundo ele, o Brasil lidera o ranking de amputação peniana e a mobilização total dos corpos cavernosos (TCM), pode aumentar de três a quatro centímetros o tamanho do membro.

“Metade do pênis não está exposto, mas dentro do períneo. Nós retiramos a fixação dos corpos cavernosos do pênis do osso da bacia e o fixamos no osso do púbis. É necessário que ele tenha essa fixação com algo mais duro e rígido para, na hora da penetração, ele não ser empurrado para as vias internas novamente”, pontuou o urologista.

Grande parte dos casos de câncer de pênis está associado à falta de higiene e ao tabagismo, por exemplo, representando 2% dos tumores malignos em brasileiros. O urologista esclarece que, em casos de câncer, a reconstrução peniana ocorre depois do tratamento.

Leia mais: Setembro Amarelo: casos de suicídio aumentam no Brasil, saiba como ajudar

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Presumiremos que você está ok com isso, mas você pode cancelar se desejar. Aceitar Consulte mais informação