Estresse, ansiedade e depressão, bem como insônia, irritabilidade e a famosa raiva. Todas essas emoções constituem um quadro muito familiar a várias pessoas. Na maioria das vezes eles são como uma espécie de calcanhar de Aquiles (um lado frágil do ser). Logo, faz todo sentido aprender a enfrentar o desequilíbrio emocional.
A rigor, esse aprendizado talvez seja um dos legados mais importantes deixado por esses tempos de confinamento obrigatório. Para dentro do qual a sociedade contemporânea foi lançada nesses últimos meses.
Palavra da especialista em gerenciamento da raiva
Hoje, Patrícia Santos, especialista no gerenciamento da raiva, explica que, passar por cima, ou engolir este sentimento pode ser nocivo para a nossa saúde física. O corpo acaba somatizando a raiva que vai gerar doenças no organismo. E o exemplo clássico é o surgimento repentino de um câncer.
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Ela esclarece que nenhuma dessas emoções levadas ao extremo é saudável, isto é, o aconselhável é não ser explosivo, nem contido demais. Dessa maneira, ela afirma:
“Não é errado ter raiva, até um bebê já nasce com este sentimento, o conflito ocorre na forma como você manifesta esta emoção”
A raiva pode também ter usos diferentes e até benéficos para a nossa vida, desde que bem canalizada. Por exemplo, o sentimento de motivação que surge a partir da raiva dos nossos concorrentes. Portanto, em casos assim, a raiva, se bem conduzida e aproveitada, pode servir de combustível para o indivíduo melhorar sua performance profissional.
Outro exemplo ainda é quando a raiva é utilizada de forma saudável para estabelecer coragem para fazer valer os nossos direitos.
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O sentimento de perda causa desequilíbrio emocional

Segundo a especialista, um fenômeno comum em toda pandemia é o surgimento nas pessoas de um espécie de sentimento de abandono ou de subtração. Isso é traduzido melhor pela noção de perda. Ora, este vazio produzido pela perda é um fator gerador de muita raiva. Então ela afirma:
“O ser humano não gosta de perder nada, quando isso ocorre a tendência é ficar de luto dessa perda, no lugar de enxergar saídas para refazer a vida”.
Portanto, verifica-se o sentimento de perda em um sentido bem mais amplo. Incluindo-se a perda de um ente querido, do emprego, do recurso financeiro, do contato mais próximo com amigos e familiares e, claro, a perda da liberdade de ir e vir.
Outrossim, por ocasião da pandemia todas as perdas, eventualmente, podem existir para uma pessoa. Então a raiva como resposta é muito frequente neste tempo.
Problemas no sono como consequência do desequilíbrio emocional
Outra consequência comum neste período é a insônia, vez que se impõe uma alteração drástica na fabricação de melatonina, hormônio produzido pelo corpo que tem por função estimular um bom sono.
Em entrevista a Janaína Barros, apresentadora do Saúde Lab a especialista deu dicas de como cuidar das nossas emoções neste período tão complexo. Evitando que a raiva nos tire do controle.
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